As cores da Irlanda

Este Verão revisitei a Irlanda e vou começar a pôr, devagarinho, todos os desenhos que fiz.
Antes de tudo, devo dizer que fiquei mpressionada pelas suas cores
Os cinzentos azulados quando chove...

 ...os verdes da erva molhada que sobressaiem quando o sol abre.



Poça das Mujas- Calheta de Nesquim

Por muitos desenhos que fizesse  nunca conseguiria ilustrar a calma, a frescura e a transparência deste lugar e das suas duas "poças", onde não são precisos óculos de mergulho para ver dezenas de enormes e coloridos peixes.
Assim sendo...fica à imaginação de cada um!


A água  no porto de Nesquim é igualmente translúcida e o banho é qualquer coisa a não perder!!:))

Gastronomia à parte...

Eu adoro os Açores. E adoro o Pico. E o Corvo. E todas as ilhas! Mas uma coisa é certa: come-se muito mal !E é uma pena. Sim, eu sei, há excepções e, em São Miguel,  as coisas não são assim. Valham-nos as lapas e os polvos, que esses sim, sabem-nos cozinhar :)
(Atenção: o desenho do golfinho é do guardanapo de papel)




João

Este Verão o meu sobrinho João veio connosco para o Pico. Muitas vezes esta foi a sua posição: sentado nas rochas, a ler e a ver o mar! grande João:)) !


Mestres Baleeiros

Foi com grande encantamento que me deixei levar pelas histórias destes dois antigos baleeiros, num café da Calheta de Nesquim: o Sr. Almerindo e o Sr Trindade.  
O desenho  foi-se construindo entre algumas imperiais,  devagar, a passo e passo,  a par  dum imaginário enriquecido pelas  recordações da baleação que foram surgindo, puxadas com muita arte pelo Sr. Furtado, emigrante nos Estados Unidos, que  nos quis presentear com as histórias dos seus amigos baleeiros, que já conhece de cór mas que gosta de exibir, com um brilho nos olhos. 
"Naquele tempo havia muita pobreza e a baleação era o único sustento das famílias. Agora é fácil falar- diz referindo-se aqueles que hoje criticam os antigos baleeiros -mas eram tempos muito duros..."
É difícil imaginar a árdua vida  de várias gerações que, só tendo o mar e as baleias, precisavam de  enfrentar  imponentes colossos, dentro dum pequeno bote no meio do oceano.



Orgulhosamente,  o  senhor Almerindo - que foi afinal um lindo homem, igual ao Gregory Peck! - levou-nos  à sua arrecadação onde, como num museu, guarda toda a  herança material do seu passado na faina baleeira: os instrumentos, os barcos, os prémios, e os artigos sobre ele escritos  em diversas publicações, desde o jornal regional ("Almerindo Lemos emigrou para os USA mas o seu coração está no Pico") ao National Geographic!  

A sua peça preferida é o tripé para a vigia das baleias e é ali sentado  que, depois de mimar o movimento corporal outrora tantas vezes feito, fica a contar   intermináveis e maravilhosas histórias dos longinquos tempos da sua juventude.
  Do desenho, gostou muito e, no dia seguinte, pediu-mo para o mostrar aos amigos do café.







Take a walk on the wild side...

No Pico, como em quase todas as ilhas dos Açores podem fazer-se percursos maravilhosos que proporcionam momentos de contacto com a natureza de  rara proximidade e intensidade. Este passeio da "Lagoa do Capitão" é um deles. 




Outro, mais clássico e radical, é a subida ao Pico mas, para esse, cometi um imenso sacrilégio:  resisti com todas as minhas forças  a levar um caderno e uma caneta, já que o seu  peso poderia ser fatal na minha provecta idade ;-). Foi pena, mas  se tivesse uma grama a mais, talvez não chegasse até ao cume, o que foi uma experiência e tanto!



 O desenho é de memória, com fotografia a ajudar, para ficar de recordação

Ainda assim, sabem onde se pode trocar de pernas?